segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ANARQUIA




Por manifesta falta de tempo e ausência deste meu espaço, não me tem sido possível organizar a apresentação das imagens nem relatar o 10º Encontro Micológico da Pantorra.


Vou fazê-lo, e posso afirmar sem qualquer dúvida, que não sei quando vai ser. Mas não vai demorar.
Por isso esta espécie de anarquia, hoje vai uma imagem do final, depois outra do início... Compreendam e desculpem.

Hoje, cumpro um compromisso - publicar a fotografia da Ana (espero que gostes), com dois belos exemplares - um Boletus ... na mão direita e uma Macrolepiota Rhacodes (diz a Marisa, que é quem sabe) na mão esquerda.


A pedido, vai também a fotografia do poste, que a EDP colocou ali mesmo a jeito, para a fotografia de família do grupo que foi para Bruçó.
Este ano tenho mais imagens de "gente" do que o habitual. Vão ver!
Um abraço a todos e até daqui a uns dias.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Votação

Mesa da Assembleia Geral da Pantorra, dia 8 de Novembro.
Da esquerda para a direita, Xavier, Paraíso, Tereza e Manuel.
No final da Assembleia, foi lida a acta da Assembleia anterior, que foi posta à votação pela Tereza:
- Quem vota contra?
- ... (ninguém)...
Quem se abstém?
- ... (ninguém)...
- Aprovada por unanimidade, incluindo os que estão a dormir...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

PANTORRA 08 - WARM UP


O tempo ajudou. Frio e húmido, mas sem chuva.

Pantorra 2008, na sua 10ª edição, em Mogadouro, como de costume. Houve cogumelos, um pouco do habitual, como um dia destes começarei a contar. Assim o tempo me sobre e as musas me inspirem.

Por hoje, é apenas uma abordagem meteorológica, como se faz sempre, antes de sair para os procurar no chão - olhar para o céu, a ver se o tempo vai de feição. Era assim, como a imagem mostra.

Esta imagem sugere-me, desde já, ao estilo oratório de Hermano Saraiva:

Aqui, neste lugar em que me encontro!... debaixo destes altivos pinheiros!... por baixo da caruma molhada pelo orvalho do Outono!... crescem os mais deliciosos cogumelos que a Natureza dá no Nordeste Transmontano! Os "Lactarius Deliciosus", nestas terras muito apreciados e conhecidos por "Sanchas".

(se alguém estiver a pensar que as estou a elogiar por causa do nome, eu esclareço - as Sanchas não são da minha família...)

Sobre a Pantorra 2008, prometo contar tudo - até a votação da acta.



terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eles aí estão!











Que vergonha! Mais de três meses sem dizer nada... Mas também só agora é que está a chegar ao rubro da época dos cogumelos de Outono.
No fim de semana passado, fui revisitar as minhas origens e os meus parentes afastados e afins, que optaram por ficar - a minha mãe, duas irmãs e uma tia. Parentes afastados na geografia residencial, já se vê.
Era o sábado que em dia de finados levou da diáspora até Castelo Branco gente que passou comigo a meninice vivida nos extremos transmontanos, partilhada com a felicidade de a poder saborear ao ritmo lento do tempo, a que sobravam sempre horas que se liam na sombra que as casas e as coisas iam enigmaticamente desenhando na calçada da rua. Ou nas estrelas, ou nas badaladas do sino, ou no som do búzio, ou apenas na intuição que a fome ou o sono sugeriam.
Gente com rosto e nomes que nos lembram, gente com feições que nos fazem lembrar, gente que troca connosco simpáticos cumprimentos e enigmáticos olhares, e silenciosamente, sorridentemente nos deixa a dúvida - quem será?...
Foi a emoção real de rever também os que ali ficaram e hoje resistem ainda para recontar a estória daquela vez... e a outra e a outra, e as outras todas que ficaram por contar, que vamos relembrando enquanto nos afastamos, e que enchem de juventude a vida que parece ter sido ontem, e já lá vai... sabe-o Deus e nós o quanto tempo.
Foi bom, muito bom ter ali regressado, um ano atribulado por muitas aventuras, desventuras, doenças e curas depois.
Falámos de cogumelos com os entendidos locais - os Róculos (macrolepiota procera), já passou o tempo, já não há, as Sanchas (lactarius deliciosus), há quem já as comesse este ano, estão a aparecer, e os míscaros (boletus edulis), esses apanham-nos todos, nem se vêem... Entendemos, entendemos, ao preço que se vendem, há que mostrar indiferença...
A uma semana do congresso da Pantorra, perfilam-se as perspectivas da saída de campo, que devem ser boas - o tempo está de feição, e no fim de semana, lá estaremos de novo em Mogadouro (se esta gripalhada olímpica que de lá trouxe, entretanto se for embora).
Será tempo de rever os mico-companheiros e de partilhar os momentos que nos fazem esperar mais um ano para que voltem a acontecer. Só por isso, já é bom. Muito bom.
Para os interessados, fica aqui o programa que a Tereza recolheu, gentilmente cedido pelo tampo de uma mesa que estava não sei onde. Este ano, parece que esgotaram os envelopes e os selos para os enviar aos sócios. Sinais de crise, em tempo de crise...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

... mais do mesmo




Mais três imagens por hoje. Imagens de outono, para refrescar um dia quase de verão.

Não Vale!

Pela calada da Net, vêm visitar este local sem deixar rasto. São às dezenas ou talvez mais, e não diziam nada. Só depois da publicação anterior é que se revelarem, ao ser menosprezada a sua existência. É verdade - dizem-me que leram e que viram (e é verdade, senão não sabiam), e o meu contador de visitas, é afinal um contador de estórias.
Zeros - zerinhos, em vez dos resultados, gráficos, horários e médias anunciados para me aliciar a abrir as portas da minha privacidade.
Não está bem! Não vale! Por isso, vou denunciar o site. Chama-se www.sitemeter.com e não recomendo. Está certo que é grátis, mas quem não quer relatar, não diz que vai relatar.
Retornando à fase inicial, vou supor que afinal não há privacidade, que há gente por aí ou por aqui, e vou ter mais cuidado.
Desculpem então qualquer coisinha.
Guilherme

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Privacidade

Impressionante.

Nem mesmo passando dias inteiros dependente desta modernice que dá pelo nome de Internet eu paro de me surpreender, com a variedade de "coisas" que se encontram por aí. Refiro-me a coisas úteis, que as outras já não surpreendem ninguém.

Quando fazemos algo de novo relacionado com comunicação ou que seja de alguma forma partilhável com terceiros, eu penso que há sempre latente uma curiosidade sobre os resultados, ou comentários, ou reacções, ainda que isso não passe de curiosidade pura, nada tendo a ver com estratégias para ganhar share de audiência ou votos em eleições. Curiosidade mesmo.

Ora, comigo e com este espaço temático, passa-se exactamente isso, a tal curiosidade de saber - quem visita, quando visita, se lê, se não lê, os comentários, a que horas os faz, etc. etc. Se calhar não é curiosidade tão pura, talvez inquinada com um pouco de voyeurismo, tenho de reconhecer. Mas não é importante.

Pois existe um site (pelo menos um) que dá essa informação toda, com estatísticas, gráficos, tudo. Tudinho! E ainda por cima é grátis. É só fazer p download, e é grátis mesmo - de borla, sem pagar nada e nem sequer querem saber de que lado da cama dormimos... Mais! Ainda mandam um relatório diário perfeitamente organizado. Quem quer melhor?

Vai daí... é claro, registei este blog para aferir do sucesso e da aceitação que o mesmo está a ter, e das eventuais mexidas que o mesmo está a causar na sociedade em geral, mas sobretudo na sociedade científica, micológica, e, (porque não?) até mesmo na sociedade futebolística a que todos vamos fatalmente pertencer não tarda nada (vem aí o Euro, não se esqueçam).

O resultado - os resultados - foram uma surpresa, e estão desde já a causar uma profunda transformação em mim. Inicialmente confesso que cheguei a sentir-me mesmo meio santo. Isto porque sendo eu António de primeiro nome, até podia fazer uma versão actual do Sermão de Santo António aos peixes... Já que ninguém ouvia... Falava aos peixes.

Depressa regressei à terra e à realidade virtual deste espaço, e explico porquê - é que, desde há umas duas semanas, o número de visitas tem-se mantido com uma regularidade milimétrica - 0 (zero) em todas as colunas e em todas as linhas, ou seja, ninguém por aqui passou.

De repente, descobri que este espaço tem mais privacidade que a minha própria casa de banho, e isso é muito positivo, pois é tão difícil ter um momento ou espaço de sossego, que, neste lugar solitário, onde a vaidade se apaga, posso ter o meu sossego e escrever o que me apetece sem incomodar ninguém.

Portanto, se aqui veio parar por um click errado, por favor, desclick de novo, não me estrague a média, não invada a minha privacidade.

Obrigado

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cogumelos II




Hoje é dia de famílias. Famílias (ou colónias) de cogumelos vivendo em habitat diferente. Os de cima, crescem unidos num tronco de pinheiro recentemente cortado. Ao meio, em mata de vegetação rasteira, perto de Miranda do Douro. Os de baixo, no interior (sim, dentro mesmo) de um castanheiro velho, em Lagoaça. As espécies - está tudo esclarecido na página zero deste blog.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cogumelos I



Hoje temos fotografias decerto de cogumelos decerto.
A de cima, é como a galinha e o ovo - não sei se foi o cogumelo que cresceu à volta do galho, se foi o galho que penetrou no cogumelo. Aceitam-se sugestões...
A segunda e terceira, são uns cogumelos chamados... Recomendo-lhes que leiam a página zero deste blog. Está lá tudo. Mas quem quiser apadrinhar estas espécies, este espaço é seu... Um negócio honesto - comunica-nos o seu conhecimento, e eu retribuo com o meu reconhecimento...

domingo, 4 de maio de 2008

Art & Funghi I

Ar cores que a Natureza se esqueceu de dar ao cogumelo. Ou as cores que só vê quem gosta. Ou como o Arco-Íris, quem as descobrir encontra o Pote das Libras...
"O Homem e o Cogumelo", ou "O Cogumelo que há em nós", ou "Os cogumelos morrem de pé", ou "Onde é que ele foi arranjar aquele lenço?"

MTD - Mutação Transgénica Digital

Art & Funghi. Arte Digital e Cogumelos, porque não? Um tema novo neste espaço. Se alguém passar por aqui, espero que goste.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

CASTELO BRANCO I

Vista aérea parcial de Castelo Branco


Vista panorâmica de Castelo Branco desde o alto de Vale de Porco, como quem vem de Mogadouro


Fotografia tirada desde o alto do caminho para Meirinhos.


Embora seja Mogadouro a Capital do Cogumelo, o facto é que é em Castelo Branco onde eles crescem em maior número e da mais fina qualidade (essa é que é a verdade, até que alguém prove o contrário...).
Esta é uma referência que é justo fazer-se. Para quem não sabe, Castelo Branco é uma bela aldeia transmontana, a dez kilómetros da sede do Concelho de Mogadouro, de que eu gosto particularmente, e que podem visitar em http://castelobranco-mogadouro.com/.
Por mera coincidência também é a aldeia onde nasci eu e mais três dos meus cinco irmãos (os outros dois, "mais finos", foram nascer à vila...) mas isso não tem nada a ver para o caso. Nada mesmo, como devem calcular


Nota - todas as fotografias publicadas neste blog e cujo autor ou origem não são referidos, são da autoria do próprio autor do blog.



quarta-feira, 23 de abril de 2008

MOGADOURO I




Três vistas de Mogadouro, Capital do Cogumelo:
1 - "Rotunda dos Cogumelos", nas saídas para Macedo de Cavaleiros e para o Aeródromo. Três Exemplares da micologia local, da esquerda para a direita - Macrolepiota procera (Róculo), Boletus Edulis (Míscaro) e Morchella esculenta (Belfuradinha ou Pantorra, que dá o nome à Associação micológica). Esculturas em granito por Manuel Barroco, um escultor local, mais precisamente, de Quintas das Quebradas.
2-"Contraste" - o moderno e a História. A novíssima Casa das Artes e Ofícios e o velhíssimo castelo, que parece estar mesmo ali, mas que dista cerca de 900 metros.
3 - "Actualidade" - em primeiro plano, a Casa das Artes e Ofícios. Ao fundo, a Biblioteca Trindade Coelho. Ao centro, ainda mais lá, a Capela de Nossa Senhora do Caminho.

Cogumelos e Xampinhom

Regressados da Roça de Santa Bárbara, entre Quibaxe, Quiaje e Camabatela no Norte de Angola em direcção à Muxima, o Paraíso nas margens do Cuanza onde ficava o nosso quartel, cansados de andar pelo terreno acidentado a proteger a apanha do café e fartos de comer Ração de Combate "Tipo E", já muito próximo de Luanda parámos num restaurante de estrada para recompor forças.
Eram meados de Fevereiro de 74 (como o tempo passa).
Sentados à mesa, consultamos a ementa. Em letra redonda, um prato especial - "Bifinhos com Cogumelos e Xampinhom".
Intrigado com tão original prato, resolvo pedir esclarecimentos ao empregado:
- Então explica aqui como é que é este prato!
- Cogumelos, você sabe o que é? São cogumelos.
- Sei, e Xampinhom, é o quê?
- Então, Xampinhom é o molho...
Não me lembro se estava bom ou não, mas devia estar delicioso - tanto o bife, como os cogumelos, como o próprio Xampinhom.
(é uma das milhentas estórias verídicas que a tropa deixou tatuada ad eternum na nossa memória)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sonhos "de" Cogumelos




Não sei os sonhos são um doce conventual ou prisional, mas são seguramente originários de alguém que tinha todo o tempo do mundo.
Para mim, fazer sonhos é um pesadelo. Mas mesmo assim, gosto
Esta receita tem duas variantes, muito próximas mas significativamente diferentes

RECEITA 1
Ingredientes:

Cogumelos Agaricus (vaiedade "supermecadus") frescos
Cogumelos Boletus Edulis fatiados, secos
Açúcar
1 Laranja
Farinha
Ovos
Azeite
1 limão
Vinagre balsâmico

Faz-se assim - de véspera, cortam-se os "champignons" e a laranja em fatias de 3 a 4mm (foto 1). Numa taça (malga, tigela) vão-se colocando arrumada e sequencialmente camadas de - açúcar, laranja, cogumelos, açúcar, cogumelos, laranja, fechando com com laranja coberta de açúcar. Sela-se com plástico aderente de cozinha e guarda-se até ao dia seguinte (foto 2).

No dia seguinte, hidratam-se as fatias dos Boletos, coa-se a água, que é bastante aromática, e usa-se para fazer a massa dos sonhos (se não souberem como se faz a massa dos sonhos, perguntem à Tia Lai, mas é fácil - a tal água, um belo fio de azeite e um pouco de sal, a ferver numa panela, a que se junta de uma vez só a farinha; mexe-se energicamente, retira-se e deixa-se amornar; vão-se juntando um a um os ovos - proporcionalmente, 12 por kilo de farinha - que se misturam com a massa à mão; depois de bem misturados e a massa bem mexida, está pronta a fritar)

Deita-se a massa aproximadamente do tamanho de uma noz numa caçarola com bastante óleo pouco quente, e deixa-se fritar lentamente (é aqui que os sonhos se transformam em pesadelos). até crescer bastante e se transformar em sonhos douradinhos Se a massa estiver bem feita, nem sequer é preciso virá-los, eles encarregam-se disso.

Entretanto, durante a noite o açúcar extraiu os sumos da laranja e dos cogumelos, cujas fatias endureceram e se desidrataram, ficando a taça com um xarope misturado (foto 3). É um xarope naturalmente doce, com sabor a cogumelo realçado pelo aroma e sabor da laranja. Coa-se tudo (foto 4) para retirar pequenas partículas que se separaram, e deita-se o xarope com as fatias dos cogumelos numa sertã a quase caramelizar lentamente.

Como o sabor dos cogumelos com o xarope (apesar da laranja) pode ser ainda um pouco enjoativo, vamos vamos avivá-lo juntando-lhe traço de vinagre balsâmico e quase no fim duas ou três cascas de limão muito finas e mais umas gotas de sumo de limão.

Pode-se juntar também ou "em vez de", uma folha de menta ou de hortelã, mas é um risco pois por serem muito aromáticas podem desvirtuar por completo o gosto dos cogumelos.

A apresentação (imagem grande) é ao gosto de cada um - com o molho já vertido sobre os sonhos, ou numa taça separada.

RECEITA 2

É quase igual à anterior, para o caso de não terem ou não querer usar Boletos.
De véspera faz-se tudo igual, mas escolhem-se os cogumelos mais pequeninos (ainda fechados) que não se fatiam, colocam-se inteiros ou partidos a meio, no açúcar.
Estes cogumelos são separados, escorridos e polvilhados com açúcar para não escorregarem, e os sonhos são feitos com coração de cogumelo - colher, massa, cogumelo, massa, colher (foto 6), ao estilo de pastel ou bolinho de bacalhau - e fritos como os anteriores.
A grande diferença, está no resultado final - como pérolas em ostras, o abrir dos sonhos revela um cogumelo doce no seu interior.

Ambas as receitas são originais e até hoje, têm tido a aprovação unânime de todos, incluindo os que dizem que não gostam de cogumelos (cá para mim eles têm é medo!...)

Experimentem e disfrutem.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

É assim - Parte III


... enquanto os voluntariosos companheiros e companheiras de lides, escolhem e preparam outras especialidades entretanto também apanhadas - Espargos selvagens e Norças (ou serão Norsas?), que muitos estranham que a gente coma, por serem consideradas venenosas (atenção, não tentem imitar este número em vossas casas, isto é feito por profissionais altamente qualificados e treinados!).
O melhor (digo eu) vem depois - o produto acabado. Os ovos mexidos com as ditas norsas, as batatas guisadas com cogumelos, a tarte de cogumelos com base de farinha integral e top de creme gratinado, o pão de urtigas, as alheiras, chouriços, chouriças e os queijos locais diversos, para além de um infindável rol de petiscos previamente preparados e apresentados a desfilar na passarelle gastronómica a caminho dos nossos esfomeados estômagos.
É assim a parte social da Pantorra.
Mogadouro, saída de Primavera, 12 de Abril de 2008.


É assim - Parte II

Depois, num espaço que há 50 anos foi uma antiga escola da Barragem de Bemposta, que o Manuel admiravelmente reconstruiu e reconverteu em casa de habitação/turismo, e que generosamente disponibiliza, ali mesmo nas bordas do Planalto Mirandês a mirar Espanha, reúnem-se os cogumelos comestíveis colectados, que são escolhidos, separados, lavados, cortados... (não perca o próximo episódio)

É assim - Parte I


Pantorra, saída de Primavera, Mogadouro.

Junto à ribeira de Vale de Porco, pelos lameiros ainda molhados pela chuva da moite, passa-se tudo a pente fino, de erva em erva, à procura de um cogumelo que valha a pena. Há sempre um coordenador que sabe tudo, o nome vulgar, o nome científico, a variedade, a cor, o sabor, o cheiro, etc, etc e ainda mais etc.

É uma delícia ouvi-los.

E se não houver cogumelos, há grilos ou vacas-loiras, orquídeas ou junquilhos, ou outras flores que são verdadeiros colírios para os nossos olhos.

É assim o contacto genuíno com a natureza "de certo", "de-certo" ou simplesmente "decerto", tanto se me dá.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Primeira Dentada


É uma Amanita Muscaria, esta primeira dentada fotográfica. Espécie tóxica que cresce no Outono. Esta cresceu em floresta de plátanos, perto de Lagoaça, Freixo de Espada à Cinta, em Outubro de 2006.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Página Zero

São dois encontros por ano, ambos com saída de campo. No fim de semana passado, foi o de Primavera, em Mogadouro, como todos os outros.
Este é mais restrito, mais familiar, mas no Outono, em final de Outubro / início de Novembro, quando "eles" aparecem, "nós" aparecemos também, e em grande número.
Eles, são os cogumelos. Nós, os membros da Associação Micológica "A PANTORRA", que este ano comemora dez anos.
Adiante, eu e outros mico-entusiastas que sejam visitantes/participantes proactivos deste blog, haveremos de falar mais sobre "A PANTORRA", a sua história e as suas actividades, assim o espero.
Este espaço virtual, que me surgiu criar com algum carácter de urgência, em boa verdade para aproveitar o nome (ainda) disponível e ligá-lo à nossa Associação na blogosfera, pretende ser um ponto de encontro onde se fale de cogumelos, em toda a sua abrangência.
Da minha parte, não esperem muito mais do que entusiasmo e boa vontade. Fotografias e se calhar gastronomia, e nada mais, que os conhecimentos publicáveis ficam-se por aqui.
Estejam portanto à-vontade, participem, participem sem se sentirem constrangidos por manifestar alguma ignorância, pois não vão estar sozinhos, eu também já cá estou. Curiosidade e interesse, são mais do que suficientes para justificar a sua presença.
Todos os aspectos de carácter mais científico, espero que outros mico-companheiros de boa vontade aqui venham colaborar e dar um apoio qualitativo a este espaço que é de todos e está desde já à vossa disposição.
Guilherme S.